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Cultura do Zambiapunga

Outro desdobramento do projeto de pesquisa “Valorização de culturas locais por meio da Etnomodelagem e suas relações com o Ensino da Matemática”, aprovado na Chamada CNPq/MCTI Nº 10/2023 – Universal. Com financiamento do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é colocar em tela uma cultura do Baixo Sul da Bahia: A Manifestação Cultural do Zambiapunga.

A manifestação cultural do Zambiapunga, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, é um legado dos africanos que se perpetua por mais de 200 anos de tradição, aproximadamente, representa para além de um movimento cultural, pois carrega em seu âmago ancestralidades (associado aos povos afrodiaspóricos bantu que se deslocaram de modo forçado para serem escravizados em regiões baianas) e o espírito de resistência ao modelo hegemônico promovido pela colonialidade do saber, configurando-se, portanto, como um projeto de viés decolonial.

Essa manifestação influenciou na formação do Território de Identidade do Baixo Sul da Bahia. A preservação desse patrimônio visa garantir que as futuras gerações tenham acesso às memórias coletivas ligadas às raízes negras da diáspora africana, dos povos bantu nessa região.

A tese em andamento “A manifestação cultural do Zambiapunga à luz das relações dialógicas da Etnomodelagem: anúncios de epistemologias outras”, de autoria de José Lucas Matias de Eça, sob orientação da Professora Dra. Zulma Elizabete de Freitas Madruga, está vinculada a este projeto.

A seguir, acompanhe algumas das ações realizadas em campo, e conheça a Cultura do Zambiapunga, nos municípios de Cairu (nas comunidades de Boipeba e Galeão), Nilo Peçanha (sede), Taperoá (sede) e Valença (na comunidade de Cajaíba), no Baixo Sul da Bahia.


 

No dia 1º de novembro de 2024 aconteceu mais um cortejo do grupo folclórico cultural do Zambiapunga de Nilo Peçanha-BA.


 

Essa tradição secular do Zambiapunga, existente unicamente na região do Baixo Sul da Bahia em 4 municípios (a saber: Cairu, Nilo Peçanha, Taperoá e Valença), se mantém resistente e é realizada anualmente na cidade de Nilo Peçanha – Bahia na data supracitada. Trata-se de uma manifestação da autentica cultura popular de origem banto dos povos africanos do Congo e Angola.

 

Por que essa data?

Isso, devido ao fato de ser dia de Todos os Santos, além de ser um dia que antecede o dia de finados. O colorido das roupas é para receber os espíritos com cores e alegria.

 

Quem compõe o grupo?

O grupo é composto por cerca de 40 mascarados que utilizam roupas e capacetes coloridos feitas de papel de seda e cetim.

 

Qual a musicalidade do Zambiapunga?

O som é extraído de instrumentos como enxadas, tambores, cuícas (berra boi) e búzios instrumentos usados pelos escravos no dia a dia dos seus trabalhos nas lavouras e nos remanescestes de quilombos da região.

Em 1982, o Zambiapunga ressurgiu através das pesquisas da Professora Lili Camadelli com as escolas estaduais do município. A partir desse momento, o Zambiapunga ganhou notoriedade, acumulando reportagens em várias emissoras de TV, participações em diversos programas televisivos e jornais, e até mesmo uma matéria no New York Times durante a apresentação panorama percussivo Mundial (Perc Pan). Além disso, o grupo realizou diversas viagens internacionais, chegando a representar o Brasil em Marrocos, no festival de Ritmos do Mundo. Atualmente, o Zambiapunga anima festas juninas em diversas cidades do interior da Bahia e de outros estados.

Hoje, o projeto mantém uma ativa de Salvaguarda com formação de agentes da Cultura Zambiapungas. Atualmente na 2ª edição, o projeto conta com três turmas de jovens de 10 a 18 anos e expandido mais dois distritos da cidade de Nilo Peçanha, totalizando 120 jovens assistidos. Essa iniciativa não apenas preserva a cultura do Zambiapunga, mas também capacita e inspira a próxima geração de agentes culturais.

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Me. José Lucas Matias de Eça

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Formação de Professores (PPGECFP)

Orientada pela Prof. Dra. Zulma Elizabete de Freitas Madruga, a presente pesquisa tem como objetivo investigar os possíveis conceitos matemáticos constituídos nos saberes e fazeres da manifestação cultural do Zambiapunga, por meio da abordagem dialógica da Etnomodelagem, a partir de um viés decolonial. Para tanto, a pesquisa será realizada com seis grupos culturais do Zambiapunga georreferenciados no território do Baixo Sul da Bahial, que incluem os municípios de Cairu — abrangendo a sede e as comunidades de Boipeba e Galeão —, Nilo Peçanha (sede), Taperoá (sede) e Valença, especificadamente na comunidade de Maricoabo, também conhecida como Cajaíba. Optou-se pela abordagem qualitativa para a obtenção dos dados, uma vez que o foco da pesquisa está centrado nos processos subjetivos vivenciados pelos participantes: mestres(as), fazedores(as) culturais e demais sujeitos que de algum modo possuem/possuíam ligações com o Zambiapunga. Trata-se de um estudo de natureza etnográfica, cujos dados serão produzidos por meio de análise documental, entrevistas narrativas, rodas de conversa e observações realizadas in loco. Acresceta-se a isso dados quede documentos imagéticos, compostos por vídeos (como documentários, reportagens jornalísticas, matérias em quadros televisivos, oficinas e apresentações) e imagens (composto por fotografias, desenhos e pinturas). As metodologias adotadas para a análise dos dados são: Análise de Conteúdo e Análise de imagens. Foram realizados encontros com os(as) mestres e fazedores(as) culturais a fim de captar saberes e fazeres de cunho matemáticos para serem traduzidos conforme as abordagens da perspectiva da Etnomodelagem

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